Edição Especial de Quinta-feira
É tão engraçado como as pessoas se preocupam tanto com a vida alheia...
Não sei se não dou bola para as coisas muito "pop", mas acho patético uma pessoa, que não tem nada de relação ao fato, à família, chega a limitar sua liberdade, além de por em risco sua vida só para ver um julgamento...
Deve ser o excesso desses lanches expressos ou sei lá, alguma coisa tem afetado a "mente" das pessoas; ou talvez seja o excesso de "americanimo", da tal "intolerância zero" - algo que muitos brasileiros nem sabem o que é, mas que gostariam que aqui tivesse...
O Tribunal do Júri é um respeitável instituto, inclusive porque passa para a mão das pessoas, cidadãos, julgarem seu semelhante, podendo, inclusiver absolver com base na clemência, assim como, condená-lo sem maiores delongas, deixando a cargo do magistrado a dosimetria correta da pena...
A história é cíclica, voltamos a ter "sangue no olho": infelizmente não temos mais como glorificar um suntuoso julgamento ao ar livre e ver cabeças rolarem ou simplesmente a agonia da morte pela corda - sim, eu sei que não seria nenhuma felicidade o evento, mas só para não perder o sentido da história... rs
Então, nos contentamos a ver e/ou a julgar como se fossemos o próprio juiz (sem o ser): julgando, não porque as provas apontam demonstram a inequívoca Materialidade do crime e a Autoria do fato, mas porque quero punir - seja porque a mídia construiu minha convicção, seja porque quero refletir o que todos dizem..
Puno, não porque é justo, porque é meu "dever", porque ontem eu vi uma "impunidade", porque os políticos são corruptos, puno porque alguém merecer ser o exemplo que os outros não "pequem"...
A "Era da Vingança" a muito tempo foi extinta!
Aliás, não devemos esquecer do papel importante do jurado, por mais que um julgamento pareça um teatro aos olhos dos leigos, o jurado tem o dever de se ater aos autos e para o que apontam as provas... Julgar por julgar qualquer tolo consegue, mas decidir com responsabilidade, só alguns e são raros!
Já ouvi um jurado dizer que se o cara tava ali no "banco dos réus", ele partia do princípio da presunção de culpa - um "bom" jurado para o Ministério Público, mas "ruim" para a aplicação da "Justiça" -, ouvidando completamente do fundamento da Constituição Federal, que é justamente o contrário: princípio da presunção de inocência...
Entretanto, na guerra entre ovelhas e lobos, quem acaba bem no final é o corvo...
Ademais, que tipo de ato foi aquele do rapaz que chutou o advogado de defesa? ¬¬
Não se deve confundir o advogado com seu cliente!! O advogado não é cúmplice, não está ali para fazer chicanagens, nem para inverter a verdade dos fatos: sua missão é garantir a mais ampla defesa do acusado... E se a hitória que o casal conta é verdade, é séria? Não têm direito à defesa, à ter um julgamento justo?
Muitas pessoas não entendem o que é ser um advogado e muito menos o papel do advogado criminal, garantidor do maior bem que é a liberdade!!
Colaciono abaixo a nota da diretoria do Conselho Federal da OAB:
"As manifestações públicas de hostilidade ao pleno e livre exercício profissional da advocacia, expressam equívoco a respeito do papel do advogado. O advogado não pode ser confundido com seu cliente. Não é cúmplice de seus eventuais delitos, nem está ali para acobertá-los. Seu papel é propiciar ao acusado plena defesa, circunstanciando-a com objetividade, dentro dos estritos limites da lei. Somente essa defesa, prerrogativa de qualquer cidadão, permite que se conheçam em detalhes todos os aspectos que envolvem a prática de um ilícito. Sobretudo impede que a justiça se confunda com a vingança. São esses fundamentos pilares do Estado democrático de Direito, conquista da civilização humana, que não pode se submeter a impulsos emocionais a se tornarem incompatíveis com os mais elementares princípios do humanismo e da liberdade individual. Todo cidadão tem direito a defesa, sem a qual não se cumpre o devido processo legal - e, por extensão, não há Justiça. Em vista disso, o Conselho Federal da OAB, com o apoio da Seccional de São Paulo, condena os recentes acontecimentos ocorridos em São Paulo contra o advogado em seu exercício profissional, e pede ao público confiança na Justiça"
fonte: http://www.oab.org.br/noticia.asp?id=19372
Não sei se não dou bola para as coisas muito "pop", mas acho patético uma pessoa, que não tem nada de relação ao fato, à família, chega a limitar sua liberdade, além de por em risco sua vida só para ver um julgamento...
Deve ser o excesso desses lanches expressos ou sei lá, alguma coisa tem afetado a "mente" das pessoas; ou talvez seja o excesso de "americanimo", da tal "intolerância zero" - algo que muitos brasileiros nem sabem o que é, mas que gostariam que aqui tivesse...
O Tribunal do Júri é um respeitável instituto, inclusive porque passa para a mão das pessoas, cidadãos, julgarem seu semelhante, podendo, inclusiver absolver com base na clemência, assim como, condená-lo sem maiores delongas, deixando a cargo do magistrado a dosimetria correta da pena...
A história é cíclica, voltamos a ter "sangue no olho": infelizmente não temos mais como glorificar um suntuoso julgamento ao ar livre e ver cabeças rolarem ou simplesmente a agonia da morte pela corda - sim, eu sei que não seria nenhuma felicidade o evento, mas só para não perder o sentido da história... rs
Então, nos contentamos a ver e/ou a julgar como se fossemos o próprio juiz (sem o ser): julgando, não porque as provas apontam demonstram a inequívoca Materialidade do crime e a Autoria do fato, mas porque quero punir - seja porque a mídia construiu minha convicção, seja porque quero refletir o que todos dizem..
Puno, não porque é justo, porque é meu "dever", porque ontem eu vi uma "impunidade", porque os políticos são corruptos, puno porque alguém merecer ser o exemplo que os outros não "pequem"...
A "Era da Vingança" a muito tempo foi extinta!
Aliás, não devemos esquecer do papel importante do jurado, por mais que um julgamento pareça um teatro aos olhos dos leigos, o jurado tem o dever de se ater aos autos e para o que apontam as provas... Julgar por julgar qualquer tolo consegue, mas decidir com responsabilidade, só alguns e são raros!
Já ouvi um jurado dizer que se o cara tava ali no "banco dos réus", ele partia do princípio da presunção de culpa - um "bom" jurado para o Ministério Público, mas "ruim" para a aplicação da "Justiça" -, ouvidando completamente do fundamento da Constituição Federal, que é justamente o contrário: princípio da presunção de inocência...
Entretanto, na guerra entre ovelhas e lobos, quem acaba bem no final é o corvo...
Ademais, que tipo de ato foi aquele do rapaz que chutou o advogado de defesa? ¬¬
Não se deve confundir o advogado com seu cliente!! O advogado não é cúmplice, não está ali para fazer chicanagens, nem para inverter a verdade dos fatos: sua missão é garantir a mais ampla defesa do acusado... E se a hitória que o casal conta é verdade, é séria? Não têm direito à defesa, à ter um julgamento justo?
Muitas pessoas não entendem o que é ser um advogado e muito menos o papel do advogado criminal, garantidor do maior bem que é a liberdade!!
Colaciono abaixo a nota da diretoria do Conselho Federal da OAB:
"As manifestações públicas de hostilidade ao pleno e livre exercício profissional da advocacia, expressam equívoco a respeito do papel do advogado. O advogado não pode ser confundido com seu cliente. Não é cúmplice de seus eventuais delitos, nem está ali para acobertá-los. Seu papel é propiciar ao acusado plena defesa, circunstanciando-a com objetividade, dentro dos estritos limites da lei. Somente essa defesa, prerrogativa de qualquer cidadão, permite que se conheçam em detalhes todos os aspectos que envolvem a prática de um ilícito. Sobretudo impede que a justiça se confunda com a vingança. São esses fundamentos pilares do Estado democrático de Direito, conquista da civilização humana, que não pode se submeter a impulsos emocionais a se tornarem incompatíveis com os mais elementares princípios do humanismo e da liberdade individual. Todo cidadão tem direito a defesa, sem a qual não se cumpre o devido processo legal - e, por extensão, não há Justiça. Em vista disso, o Conselho Federal da OAB, com o apoio da Seccional de São Paulo, condena os recentes acontecimentos ocorridos em São Paulo contra o advogado em seu exercício profissional, e pede ao público confiança na Justiça"
fonte: http://www.oab.org.br/noticia.asp?id=19372
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